fonte: FENAM
Os planos de saúde coletivos tiveram aumentos de até 73%, em um ano, segundo levantamento do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) a partir de dados da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). O instituto analisou reajustes de 535 operadoras de saúde em planos com até 30 usuários (que somam 88% dos contratos de coletivos).Esses planos reúnem 3,3 milhões de pessoas, 8% do total atendido pela área suplementar no país. Formados por pequenos grupos, acabam tendo menor poder de barganha.
Segundo o secretário de Saúde Suplementar da Federação Nacional dos Médicos (FENAM), Márcio Bichara, o reajuste não é repassado aos médicos por várias operadoras e por isso não influencia o trabalho dos profissionais. Mas, a entidade se preocupa com a situação dos usuários por gerar prejuízo assistencial ao consumidor.
“De repente, no fim do ano, o paciente se encontra desamparado com o excessivo aumento e sobra para o SUS. Nada justifica o reajuste de mais de 70%, que deixa o consumidor desprotegido ao final do contrato”, explicou Bichara.
A ANS não regula o percentual de aumento dos planos coletivos por meio de um valor teto porque considera que são empresas lidando entre si em igualdade de poderes (operadora e contratante). Em 91%, segundo o Idec, o aumento foi acima da inflação no período, medida em 6,28% pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
A FENAM defende que a ANS tenha uma atuação mais rigorosa no âmbito dos contratos coletivos, observando o tipo de plano e o tipo de usuário para que na prática a contratação não seja injusta. “O consumidor não tem ideia do que o grupo usou durante o ano e o resultado, baseado na incidência de uso, deve assustar. É preciso proteger os 3 milhões de pessoas envolvidas”, completou o secretário da federação.